Quanto tempo dura o infinito?
Por definição: não dura, é eterno. Atemporal. Sem início e sem fim.
Mas e os infinitos entre os momentos? Digamos entre o segundo 00:00:01 e o 00:00:02 também ali há um infinito que não nos percebemos. Não valorizamos estes segundos. Muito menos o infinito entre eles.
Pra mim dura algumas palavras.
Algumas delas intensas e extremas. Algumas vezes nem percebemos o infinito nos espreitando e rodeando. E isso me alegra (a consciência disso).
Das mais intensas e profundas experiências que tive nessa existência (até este segundo, é claro) foi perceber que poucas palavras transformam tua vida sem sequer perceberes.
“Ausência de carcinoma” me atingiram profunda e intensamente. Assim como à Andi.
No início de uma semana fomos bombardeados com a dúvida de um possível cenário que já havíamos lutado. Nos preparamos como podíamos ao que já conhecíamos:
Ela firme e forte como nunca foi até então. Uma guerreira que faz a Mulher Maravilha ser uma mera menina. Sem brincadeiras: o Superhomem teria vergonha do que vi a Andi fazer – se sentiria pequeno perto da força que emanou dela nesses dias.
Eu com meus medos e receios à flor da pele. Um verdadeiro escudeiro a espera da próxima batalha. E nada mais. Apenas pronto para o próximo passo.
Ambos com o desejo intenso e profundo de continuar com a história que criamos juntos.
Como lidar com a consciência da brevidade daquilo que mais amamos? No caso, nós mesmos. Consegues? Estás acordado para isso?
Alguns anos após o ritual que passamos de início dessa jornada intensa e anestesiante tivemos a oportunidade de reviver os segundos que antecedem a busca de diagnóstico. Parece simplório, mas lhe asseguro que não é. Conviver com a dúvida é assustador. De forma que apenas a consciência lhe permite experienciar. Estás aqui comigo?
O resultado que ressalto acima é apenas mais um passo nessa jornada que se chama Vida.
Como não ser grato pelo infinito entre os segundos que vivemos?
Daquele que me auxilia a entender melhor os momentos dessa vida:
Fazemos os outros viverem nossas próprias dores.
Os outros nos fazem experimentar sua própria desventura
Nada se propaga e se comunica tão facilmente quanto a dor.
Tanto assim que quando padecemos, sofremos da dor de todos os seres que, nesse momento, conflui para nós, tornando nosso sofrimento impessoal.
Quando em vez de propagar ou alimentar a dor, deixamo-la arder em nós, aliviamos o gênero humano com as lágrimas que derramamos.
Muito boa esta reflexão Neuview!
O mundo vive uma constate designada “capitalismo”.
O pior é que as pessoas correm atrás desta constante e esquecem dos pequenos momentos…
Quem dera perceber o infinito entre os momentos….
Forte abraço!
Samagaia