Há muitos anos uma amiga me falou que eu havia mudado muito nos últimos tempos quando, naquele momento difícil da nossa amizade, não estávamos nos entendemos mais. E como que instantaneamente eu respondi que não, na defensiva… que eu não tinha mudado…
Naquele época eu não tinha a consciência de que estamos em constante mudança, ou melhor transformação. Para melhor ou para pior, vai depender de nós.
Cada fato que ocorre em nossa vida nos faz transformarmos, de forma lenta ou algumas vezes rápida, dependendo do trauma que pode causar.
A resiliência é isso, temos que mudar “nossa forma” para nos adaptarmos a uma situação para conseguir passar por ela da melhor forma possível… Penso que lei da sobrevivência também é isso…
Neste ano senti de forma muito intensa as transformações que ocorreram comigo.
Vejam o que escrevi no meu diário no dia 13 de setembro:
“Essa semana que passou foi maravilhosa. Desde que comecei a fazer quimioterapia, esta é a primeira semana que me sinto mais próximo do que chamo “normal” ou de”como eu era antes da quimio”, e essa sensação é maravilhosa… é como se eu estivesse saindo de uma areia movediça.
Não estou sendo dramática (com relação a areia movediça), é só mesmo uma analogia para explicar como eu me sentia enquanto estava fazendo quimio e como estou me sentindo agora…”
Mudar ou transformar-se nem sempre é fácil, mas necessário.
Eu adoro assistir o seriado Greys anatomy e esse ano tive o privilégio de assistir muitos episódios por que fiquei muitos dias de “molho”… na 7ª temporada eu gostei muito e concordo com narrativa de um daos episódios que fala sobre mudanças:
“Toda célula do corpo humano se regenera em média a cada sete anos. Como cobras, da nossa maneira nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos, provavelmente somos. A mudança não é visível, pelo menos não para a maioria. Mas todos mudamos, completamente. Para sempre.
[…]Quando dizemos coisas como ‘as pessoas não mudam’… deixamos os cientistas loucos, porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante.
Como experimentamos a mudança é que depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance na vida. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar, irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance na vida. Como se a qualquer momento, pudéssemos nascer de novo!”
Comecei o ano cabeluda, fiquei careca e o ano está acabando e já estou com cabelo.
Comecei o ano com muito medo, ansiedade e estou acabando o ano com tranquilidade.
Comecei o ano com muita gratidão à vida e estou acabando o ano com muita gratidão mas, mais do que isso, me sentindo plenamente VIVA.
Mudar-se, transformar-se é VIVER é nascer de novo quantas forem possíveis!
Créditos: Agradeço a Mônica Crema pela ilustração
Andi
Andi, vc é muito especial.
Estava precisando ler exatamente essas palavras.
Um beijo
te amoooooo!!!
comecei o ano com muito medo também, por ti!!!
termino a ano te vendo ainda mais linda, ainda mais amada e plenamente VIVA!!!!
parabéns pela força amiga!!!